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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Retirado do Blog: http://www.sindromedeestolcomo.com/

Veja os primeiros 11 minutos do filme e o trailer aqui:



"Fiz o que chamo um panfleto necessário sobre a globalização. Nestes tempos de consumo voraz apresentei um diagnóstico do processo civilizatório que, segundo o escritor uruguaio Eduardo Galeano, um dos entrevistados no filme, ‘está consumindo o planeta’. O filme discute ainda ética, justiça e democracia. Proponho através da ótica cinematográfica ajudar a construir uma outra ética para a humanidade. Ë ver para crer. O cinema pode ser, como diz o professor Milton Santos, outra coisa”. Silvio Tendler (diretor do filme)."

Desde quando eu estudava Sociologia, lá na Federal, que eu tenho uma enorme admiração pelo mestre baiano Milton Santos. A Isabela disse tudo:

"Denise, como Geógrafa não poderia deixar de agradecer por você divulgar esse cientista social e ser humano incrível que foi Milton Santos. Meu contato com ele se deu pelas dezenas de livros por ele publicados e que infelizmente poucos tomam conhecimento, entre eles “Por uma outra globalização”. Milton Santos foi reconhecido no mundo inteiro por seu papel como pensador em todo sentido da palavra e infelizmente aqui ainda é pouco utilizado. Mais uma vez como geógrafa de formação e coração agradeço muito por essa lembrança e pela divulgação das idéias tão antigas e tão atuais desse geógrafo lindo! Beijos!" (comentário do blog: sindrome de Eltocolmo.com)

Pra quem não conhece, uma pequena biografia de Milton Santos:
Folha de São Paulo

Um dos intelectuais mais importantes do Brasil, o geógrafo Milton Santos acumulou numerosos títulos honoris causa pelo mundo. Foi o único intelectual fora do mundo anglo-saxão a receber, em 1994, o prêmio Vautrin Lud, o “Nobel” da geografia.

Entre os últimos prêmios recebidos por Milton Santos estão o de Homem de Idéias de 1998, oferecido anualmente pelo “Jornal do Brasil” ao intelectual de maior destaque no ano, e o Prêmio Gilberto Freyre de Brasilidade, em 2000, oferecido pelo Conselho de Economia, Sociologia e Política da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP).

Milton Santos escreveu mais de 40 livros, publicados no Brasil, França, Reino Unido, Portugal, Japão e Espanha. Conciliava seu trabalho acadêmico com a participação na Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, da qual fazia parte desde 1991, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano. Escrevia regularmente na seção “Brasil 501 d.C.” do caderno Mais!, da Folha.

Milton Santos buscava tirar a geografia de seu isolamento, agregando contribuições da economia, sociologia e filosofia. Entre suas obras mais importantes estão: “O Centro da Cidade de Salvador” (1959); “A Cidade nos Países Subdesenvolvidos” (1965); “O Espaço Dividido” (1978); “Espaço e Sociedade” (1979); “Espaço e Método” (1985); “A Urbanização Brasileira” (1993); “Por uma outra Globalização” (2000).

Bahia

Milton de Almeida Santos nasceu a 3 de maio de 1926, em Brotas de Macaúba, na Chapada Diamantina (BA). Filho de professores primários, aprendeu a ler e a escrever aos cinco anos, sem frequentar qualquer escola. Aos oito, já dominava a álgebra e dava os primeiros passos no francês.

Só foi matriculado num ginásio aos dez anos _o Instituto Baiano de Ensino, em Salvador, internato frequentado por filhos de famílias de classe média. Aos 15 anos, dedicava suas horas de folga, no intervalo das aulas, a ensinar colegas menores do colégio.
Descendente de escravos emancipados antes da Abolição, Santos chegou a pensar em cursar engenharia, mas desistiu quando o alertaram que havia resistência aos negros na Escola Politécnica.

Isso não impediu que enfrentasse várias manifestações de racismo. Durante a fundação da Associação dos Estudantes Secundários da Bahia, da qual Milton Santos participou ativamente, foi convencido a não se candidatar ao cargo de presidente: seus colegas argumentaram que, como ele era negro, não seria capaz de conversar com as autoridades.

Terminado o ginásio, Milton seguiu para a Universidade Federal da Bahia, onde formou-se em direito, em 1948. Dez anos depois, Milton Santos tornou-se doutor em geografia, pela Universidade de Estrasburgo (França).

Milton Santos também autou como jornalista, tendo acompanhado Jânio Quadros numa viagem a Cuba, em 1960, época em que já era um geógrafo conhecido em seu Estado. Tornou-se amigo e profundo admirador de Jânio, chegando a ser subchefe da Casa Civil e representante do governo federal em seu Estado. Mas se decepcionou com a renúncia do então presidente, em agosto de 1961.

Em 1964, presidiu a Comissão Estadual de Planejamento Econômico, órgão do governo baiano. Durante sua permanência na comissão, Milton Santos foi autor de propostas polêmicas, como a de criar um imposto sobre fortunas.

Durante o regime militar, Milton Santos combinava as atividades de redator do jornal “A Tarde”, de Salvador, e a de professor universitário. Na época, defendeu posições nacionalistas e denunciou as precárias condições de vida dos trabalhadores do campo.

Por causa de suas posições políticas, acabou sendo demitido da Universidade Federal da Bahia e passou 60 dias preso no quartel de Cabula, em Salvador. Só foi libertado porque sofreu um princípio de infarto e um derrame facial.

Aconselhado por amigos, aceitou convite para lecionar no exterior. Foi professor das universidades de Paris (França), Columbia (EUA), Toronto (Canadá) e Dar Assalaam (Tanzânia). Também lecionou na Venezuela e Reino Unido. Só regressou ao Brasil em 1977, na época da “distensão”.

Foi professor da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP (FFLCH), consultor da OIT (Organização Internacional do Trabalho), da OEA (Organização dos Estados Americanos) e da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

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